É difícil para a maioria das pessoas imaginar um adulto tendo prazer sexual com uma criança, mas a realidade que nos cerca cada vez mais está mostrando como isso é real, doloroso e deixa marcas na vida dos abusados.
Em minha experiência clinica pude perceber que o abuso não escolhe classe social, região ou condição financeira.
Pode-se caracterizar o abuso como tocar partes íntimas de uma criança com o objetivo de satisfação dos desejos; forçar ou encorajar a criança a tocar um adulto de modo a satisfazer o desejo sexual ou até mesmo fazer ou tentar fazer a criança se envolver em ato sexual.
O número de crianças e adolescentes abusados sexualmente no Brasil é cada vez maior, mas só uma minoria apresenta queixa.
Isso se dá devido ao grande trauma psicológico acarretado e também porque muitas vezes o abusador mantém algum grau de parentesco com a vítima, quando não é o próprio pai ou padrasto.
Os principais sinais que a criança que foi abusada pode mostrar e podem ser observados pelos pais, professores ou outro cuidador da criança são:
*Conhecimento ou comportamento sexual fora do esperado
* Mudanças no comportamento, como perda do apetite
*Pesadelos
*Medo de dormir
*Se afastar das atividades rotineiras e dos amigos
* Voltar a fazer xixi na cama.
* Dificuldade de concentração na escola.
* Medo de alguma pessoa, ou pânico de ser deixada em algum lugar ou com alguém. *Comportamento agressivo ou perturbador, delinqüência, fuga de casa ou prostituição. *Comportamentos auto-agressivos.
* Irritação genital ou sangramento, inchaço, dor, coceira, cortes ou arranhões na área genital.
Vemos assim que as sequelas deixadas pelos abusadores podem ser graves, sendo elas problemas sociais e psiquiátricos, problemas de comportamento, como agressão ou comportamento indevidamente sexualizados durante a infância, abuso de substâncias, disfunção sexual na idade adulta, depressão, tendências suicidas e medo.
Algumas pessoas que foram abusadas quando chegam na idade adulta apresentam sentimentos de ser diferente dos outros, tem menos confiança interpessoal, tem a crença de que o mundo é um lugar perigoso, apresenta visão negativa da sexualidade e da imagem corporal.
Os abusadores geralmente praticam esse atos devido a fortes disfunções comportamentais e emocionais principalmente no campo da sexualidade, podendo ser pessoas com forte deficiência de empatia e incapazes de perceber o quanto está prejudicando outra pessoa.
A postura do responsável da criança ao perceber algo diferente no comportamento deve ser de não entrar em pânico.
A criança pode ter medo de contar aos pais ou familiares, pois muitas vezes o abusador faz ameaças a ela.
É importante nesse momento os responsáveis pela criança confortá-la, explicando que não foi culpa dela, sendo essa culpa do abusador, mostrando assim que ele fez algo muito errado.
Deixe a criança saber que você sente pelo que aconteceu e mostre a ela que você vai fazer de tudo para que isso não aconteça novamente.
Após esse esclarecimento, é importante levar a criança para um tratamento com um psicólogo, para que ela possa compartilhar seus medos e emoções, trabalhando assim as sequelas que o abuso deixou em sua vida.
Buscando no processo de terapia uma melhor qualidade de vida para essa criança e também para sua família.
Dra. Thaiane de Fátima Barbosa
Psicóloga Cognitivo Comportamental
CRP 06/105161