Cirurgia plástica: Quando a busca pela beleza pode causar problemas?

Vivemos em um mundo que valoriza a aparência física. Nunca se viu uma procura tão grande por técnicas que nos façam melhorar nossa aparência física, sendo elas exercícios físicos em excesso, clínicas de estética, cabeleireiros, uma infinidade de cosméticos e cirurgias plásticas.

Tudo isso promete ajudar na ‘busca pela perfeição’ e escravizam milhões de mulheres, jovens, adolescentes e até homens todos os dias.

Quando isso torna-se uma obsessão, vira um problema e o fim pode ser trágico.

A acessividade e baixa dos preços levaram várias pessoas: mulheres e, especialmente hoje, homens que buscam a cirurgia plástica como um modo de melhorar a aparência física e melhorar a autoestima.

A mídia é um grande meio motivador para a procura de cirurgia plástica. Os meios de comunicação constantemente, através de propagandas, novelas, revistas e redes sociais, associam a beleza física a status, sucesso, popularidade. Então desde pequenos, aprendemos que certos tipos de padrão de beleza são os corretos e são os que devem ser buscados e consumidos. E vemos que esses padrões impostos necessitam de serviços e excessos para poderem ser adquiridos e nem sempre são saudáveis.

O mercado da beleza atrai cada dia mais pessoas com a promessa de soluções milagrosas. Além da própria satisfação com o corpo, essas pessoas procuram admiração que, quando acaba, provoca uma nova procura pela reparação de suas características físicas e esse processo vira um ciclo, que acaba sendo não saudável e uma luta incessante por padrões preestabelecidos pela sociedade (Ex: Toda mulher para ser bonita tem que ser magra e ter silicone nos seios) e isso como sabemos não é verdade, cada pessoa tem sua beleza única.

Com o desenvolvimento de técnicas de emagrecimento e o aumento do número de cirurgias plásticas, o imediatismo se sobrepôs e muitas pessoas preferem encarar uma mesa de cirurgia do que ter uma dieta saudável  e muitas horas de malhação.

As pessoas acreditam numa ideia de milagre, de um ideal de juventude e perfeição que não existe, ressalto que é preciso aceitar o envelhecimento natural e imperfeições que todo ser humano tem.

Acredito que parte das pessoas que tornam a beleza um vício precisam de um acompanhamento médico e psicológico pois elas acabam colocando a culpa dos seus problemas e da sua infelicidade nos possíveis defeitos físicos.

O papel da aliança multidisciplinar entre o psicólogo e o cirurgião plástico é de extrema importância pois visa proporcionar uma satisfação completa ao indivíduo.

Devemos nos preocupar em encontrar um equilíbrio, tendo sempre em mente a importância de um bem estar para o corpo como um todo, não esquecendo da saúde mental.

Ser sadio não é simplesmente ter um corpo sem doenças, bem torneado e magro, e sim, uma combinação do sentir-se bem consigo mesmo e com aquilo que faz.

 

Dra. Thaiane de Fátima Barbosa
Psicóloga Cognitivo Comportamental
CRP 06/105161